Portugal – um país do Xico Espertos

Tivemos um Presidente da República que foi um Xico-Esperto, que avançou à má fila para uma candidatura à presidência, antecipando-se a todos os outros, quando no seu curriculum apenas contava com uma liderança derrotada à frente do PS, e uma presidência atabalhoada de uma autarquia.

Tivemos Governos que não foram senão um batalhão de Xico-Espertos, especialistas na gestão da arte nacional da cunha e do tacho.

Temos líderes de partidos de oposição que são o protótipo do Xico- Esperto, tão pródigos em oportunismos e malabarismos de ocasião.

Tivemos um presidente do Benfica que já roçava o escândalo como Xico-Espertalhão, um presidente do FC Porto que é um Xico-Muito- Esperto.

Nas televisões temos muitos bananas com tiques de capataz, que mais parecem vendedores de sabonetes de meia branca, e que são Xico- Espertos a ensaboar todos os dias, 8 milhões de portugueses.
 
Depois temos uma data de básicos fechados numa casa, a prostrarem-nos junto ao televisor de mãos postas a rezar "espero que os meus filhos não fiquem assim". É naturalmente um concurso para eleger o mais esperto dos Xico-Espertos.


Depois temos manequins com dislexia que são tão Xico-Espertos que até ganham globos de ouro, temos Xico-Espertos nas artes, temos uma Xica-Esperta na literatura a vender livros "Sei Lá" - como aguinha.
 
Xico-Espertos nos jornais, Xico-Espertos nas empresas, nos bancos.


 
Eles andam aí!

No mimetismo dos comportamentos, os Xico-Espertos anónimos, aqueles que fogem ao fisco, que andam no trânsito sempre a fuçar pelas prioridades, nas portas das discotecas, nos bares, nas faculdades, nas autarquias, nas filas de supermercado, nas doenças de “stress” para não fazer exames, nos atestados médicos. A regra é da pisadela, a moral a da hipocrisia, o “modus-operandi” o pontapé na traqueia.

Temos Xico-Espertos em todo o lado, a toda a hora. A nacional Xico-Espertice é uma instituição e o Xico-Esperto o seu mais célebre dignatário.

Valha-nos a paciência, o retiro de eremita numa aldeia, bem no interior ou, em último recurso, emigrar, para Cuba, que tem gente quente e simpática, e por lá sornar ao som de Compasso Segundo, a bebericar dai quiris até esquecermos este triste e medíocre retângulo de alcatifa maltratada, reino dos ácaros, um país chamado Portugal.


(Autor: desconhecido)

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